Não há plano que explique
E momento que descreva.
Não há revista que publique
Uma história tão sublime
Que foge a razão e se abriga
No romântico. Mas não subestime:
É real! Fez-se necessário briga
Com a crença e luta com o fácil
Mas, de uma faísca rápida
E de um caminhar indócil,
A verdade foi esculpida.
Todas as estradas que fiz
Foi para chegar até aqui.
Todas escolhas que quis
Não eram só minha: eram também tua!
Era a nossa força motriz,
Essa força que nos conceitua.
segunda-feira, 20 de junho de 2016
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
Olhar de outono
Naquela recente
noite de outono,
Enredados na
mesma coberta (e só na coberta)
Nós fugíamos
desesperados do sono,
Mas definitivamente
não em linha reta.
Seguíamos entre o
silêncio e o riso
Agarrando-nos ao
que fosse preciso
Para segurar a
madrugada.
Resquícios de
uma luz estrangeira
Atravessavam por
entre os fios da cortina.
Eu usava o aquecedor
como cabeceira
E essa luz,
azulada, fria e clandestina
que escondeu meu
rosto, apontou e me revelou
O seu jeito de
olhar mágico que me levou,
Fácil e leve como
poeira.
Tudo era um tanto
confuso, assustador e certo!
Estávamos juntos,
pele na pele, respiração,
Mas era aquele
olhar que me trazia perto
O suficiente para
que eu percebesse que não
Haveria mais
volta naquela estrada.
Eu queria cuidar
de ti depois daquela madrugada
E ser parte da
sua vida, de forma plena.
Eu confesso um medo
de dormir e acordar
Em um dia
diferente, em um dia triste e opaco.
Ou que, com a
ajuda daquele seu olhar
Você tivesse lido
minha alma, percebido que sou fraco!
Reconhecido que
eu nunca teria ao meu alcance
A força para
fazer de nós um grande romance,
Daqueles que
viram referência eterna.
Eu lutei comigo para
não te prometer nada
Pois, assim, eu
não poderia te decepcionar.
Porém aquele
olhar cinzento de madrugada
Revelava-me, tirava
as minhas defesas e me explodia no ar.
Eu já era sua
posse, você já reinava
E, mesmo que eu
escondesse a palavra,
O amor já havia
se revelado.
Conheço você? Não
sei!
Mas para mim o
seu olhar
É agora a
representação física de amar.
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
Olhos
Em cada volta do seu cabelo
Eu abandonei um pouco da minha verdade.
Você sorria calma e olhava todo aquele azul,
Enquanto eu já não via mais certezas.
Fugi! Mas eu parecia preso a ti!
Eu estava preso a ti!
Eu estou preso a ti!
Passei a mão pelas curvas do seu cabelo
Tentando resgatar um pouco da sobriedade perdida.
Mas tudo o que eu recuperava com os dedos
Acabava perdendo pelos olhos.
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Eu vejo o inferno
Estou com o estômago embrulhado
E sinto uma brisa fria passando por mim,
Seguindo seu caminho junto ao rio.
Eu poderia mergulhar nessa água ou
Eu posso me sentar nesse banco (que eu mesmo construí)
E olhar, tranquilo, para o tempo que me resta.
Eu não me sinto bem.
Sou criança no primeiro dia de aula;
Sou alma assim que chega ao céu
Ou ao inferno.
Deste banco, naquele rio
Eu quase posso ver o inferno.
E sinto uma brisa fria passando por mim,
Seguindo seu caminho junto ao rio.
Eu poderia mergulhar nessa água ou
Eu posso me sentar nesse banco (que eu mesmo construí)
E olhar, tranquilo, para o tempo que me resta.
Eu não me sinto bem.
Sou criança no primeiro dia de aula;
Sou alma assim que chega ao céu
Ou ao inferno.
Deste banco, naquele rio
Eu quase posso ver o inferno.
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Roda Gigante
Caminho como uma roda gigante.
Sinto-me, agora, como alguém
Que sai de casa com uma lista
De três tarefas para fazer e nada resolve.
É quase como um flashback
De LSD que amortece os ombros,
Aperta o peito e dói...
Dói em algum ponto fora do mapa.
Parece, às vezes, que minha luta
É para entender uma língua estrangeira;
Sem dicionário, sem palavra-chave
E sem talento.
Sinto-me, agora, como alguém
Que sai de casa com uma lista
De três tarefas para fazer e nada resolve.
É quase como um flashback
De LSD que amortece os ombros,
Aperta o peito e dói...
Dói em algum ponto fora do mapa.
Parece, às vezes, que minha luta
É para entender uma língua estrangeira;
Sem dicionário, sem palavra-chave
E sem talento.
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