segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Eu vejo o inferno

Estou com o estômago embrulhado
E sinto uma brisa fria passando por mim,
Seguindo seu caminho junto ao rio.
Eu poderia mergulhar nessa água ou
Eu posso me sentar nesse banco (que eu mesmo construí)
E olhar, tranquilo, para o tempo que me resta.
Eu não me sinto bem.
Sou criança no primeiro dia de aula;
Sou alma assim que chega ao céu
Ou ao inferno.
Deste banco, naquele rio
Eu quase posso ver o inferno.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Roda Gigante

Caminho como uma roda gigante.
Sinto-me, agora, como alguém
Que sai de casa com uma lista
De três tarefas para fazer e nada resolve.
É quase como um flashback
De LSD que amortece os ombros,
Aperta o peito e dói...
Dói em algum ponto fora do mapa.
Parece, às vezes, que minha luta
É para entender uma língua estrangeira;
Sem dicionário, sem palavra-chave
E sem talento.

sábado, 15 de novembro de 2014

Confusão

As folhas de outono se desprendiam
E chegavam na grama rindo do meu desespero.
Eu queria fazer algo que não devia e
Eu devia fazer algo que não queria:
Eu devia ficar calado.

A cada palavra que eu dizia, sentia que eu
Precisava aumentar minha voz para ela ouvir.
Já estivemos muito longe, mas não como agora.
O rio que passou e levou minha esperança
Pode ter trazido minha sanidade, não sei.
E a confusão? Essa não é liquida.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

O nunca eterno

Com as pedras no chão
e com a garrafa na mão,
eu caminho calado
e com o olhar nublado.

Não estive quando pude,
estou quando não queria.
Não que isso mude
a tristeza e a agonia

De estar longe e perto.
De saber que é certo
o nunca eterno.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Sentença

Certo! Ponto final!
Eu te amo e não sei o que fazer!
Quando, às vezes sem querer,
Eu vejo um sinal

Da sua presença,
Uma alegria cresce e me toma
e eu faço do mundo nossa redoma!
Então está dada a sentença:

Eu te amo! Ponto final!
Quero essa felicidade!
Eu olho a sua foto e me invade
Uma vontade meio bestial

De fugir e te encontrar,
De me encher em teu abraço,
Preenchendo todo o espaço
Ao redor e, até mesmo, dançar.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Fogo

Quando o outro vê e junto
começa a chorar forte, 
eu também acredito
que foi só um tropeço

infantil. Mas difícil 
é provar. Fale sério, 
diga a verdade, grite,
sem parar. Sendo corpos

ainda quentes, a raiva
estará tão fervente
que marcará qual fogo.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Dom capcioso

Silêncio latejante e verde pálido
No meio do negrume. Um relâmpago
Feliz, que nos convida ao vil estrago
Ao longe. No gramado quente e cálido

Encontro seu sorriso melodioso.
Como foi que você caiu assim?
Enrolada na grama do jardim
Você é dom abundante e capcioso.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Ao injusto e ao injustiçado

Quem chora de saudade
Da mesa que, de tanto usada,
Revelou sua natureza cansada
E deixou esparramar a calamidade?
Quem chora?

Quando foram os primeiros sinais?
Isso nunca aconteceu antes!
3 olhos lacrimosos brilhantes
Identificavam razões irracionais.
E agora?

Ninguém pressentiu!
As flores descansam no assoalho e o vinho caiu
na toalha branca e impecável.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Bobagens apaixonadas

Abre os braços e deixa o tempo
Correr entre nossas risadas.
O sol tímido desenha sombras no teu rosto,
Contornando seu sorriso contido
Que me faz espectador de sonhos.

Esse hoje sou eu. Involuntariamente
Abandonado, como uma herança de um
Tio que não se sabe que existe.

Será que você realmente não sabe?
Eu disfarcei tão bem as minhas bobagens
Apaixonadas, enquanto conversávamos nas estrelas?

domingo, 5 de janeiro de 2014

Deus não importava

Eu ficava em pé na sua frente.
Entre nossos olhos uma multidão
Desconhecida e você, já tradição,
Chegava tarde. De forma insistente,

Eu sempre encontrava seus
Olhos de nuvem mirando em mim.
Quando todos partiam, já no fim,
Nos abraçávamos forte e Deus,

Naquele momento, não importava
Nem a mim nem a você.
Nunca entendi o que significava

Aquele longo e quente abraço.
Eu voltava pra casa, caminhando,
Quieto, pensativo e sem estardalhaço.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Até a chuva parar!

Um, dois, três: Livre!
Escada acima, escada abaixo.
Soturno, com passos leves,
Eu evitei lugares proibidos
e me espreitei atrás da porta.
Não constava em planos,
objetivos e propostas
esse correr solto em alegre voar!
Precisamos rir em silêncio,
Pelo menos até a chuva parar.